domingo, 14 de março de 2010

Sobre sentimentos



Sempre tive muita dificuldade em me relacionar com as pessoas. Não importa o nível de relacionamento: seja família, namorados, amigos, colegas, etc.
Por mais que sinta um amor, um carinho imenso, não sei demonstrar, e isso acaba me atrapalhando.

Eu amo minha família, isso é incondicional e imutável. Eles sabem disso, eu não preciso dizer e nem demonstrar, todos me conhecem e sabem como eu sou.

Tenho uma dificuldade tremenda para externar minhas emoções...Chorar é um tormento, falar sobre o que me incomoda também. É como se tivesse um nó na garganta, nó esse que é difícil de desatar....

Amei a primeira vez quando tinha 14 anos. Foi um amor estranho, caminhando no fio da navalha, nunca deu certo. Ainda continuo amando esse pessoa, mas nós não nos falamos mais, pois essa pessoa não conseguiu entender que minha forma de amar mudou. Tudo muda nessa vida, até os sentimentos, eles amadurecem, fortalecem, enfraquecem, se tornam opostos..enfim, são as regras do jogo.

Quando eu tinha 18 anos conheci uma pessoa. E que amor foi aquele...foi a coisa mais bonita, profunda, destrutiva e forte que eu já senti. Na minha fantasia inocente e romântica achei que duraria para sempre, ledo engano. Acabou e já era..já foi.
O amor nesse caso mudou também, enfraqueceu e se tornou algo diferente.

Eu sou muito intensa e muito vunerável no que eu sinto. Quando eu gosto é pra valer, não tem meio termo, gostar um pouquinho ou coisa parecida. Se eu digo que gosto, amo ou adoro, não é da boca pra fora, é a verdade mais pura e forte desse mundo.

As amizades são um caso a parte, sempre achei que tinha muitos amigos e depois descobri que era tudo mentira. No hora em que 'o bicho de fato pegou', os verdadeiros amigos se revelaram e os não verdadeiros também.

Posso contar as pessoas que considero como amigas nos dedos de uma mão (é lógico que não conto as pessoas óbvias). Isso é pouco? Pouquíssimo? Pode ser..mas eu estou feliz e extremamente satisfeita com o que tenho.

Tenho uma amiga muito especial na minha vida, ela se chama Michelle. Eu a conheci na época em que os fotologs eram febres da internet...Isso foi em meados de 2004. Desde então nós nunca perdemos o contato, tenho uma caixa enooorme cheia de cartas dela, fora os milhares de e-mails também. Ela sempre esteve "presente" em todos os momentos que eu precisei, digo "presente" pois ela mora em São Paulo, pertinho não?? Mas podem acreditar,só tivemos a oportunidade de nos conhecer mês passado.
Eu adorei/amei conhecê-la pessoalmente. Se minha férias foram ótimas, foi por causa desse visita. Nós temos gostos muito parecidos, livros, escritores, gatos e temos problemas parecidos também...mas isso não vem ao caso!!

Em algumas de nossas cartas nós trocamos poemas, receitas...e foi por meio da Michelle que eu conheci uma poetisa portuguesa chamada Florbela Espanca. Os poemas dela são incríveis, e é por isso que reservei para o final deste imenso post um deles:

"Nunca fui como todos
Nunca tive muitos amigos
Nunca fui favorita
Nunca fui o que meus pais queriam
Nunca tive alguém que amasse
Mas tive somente a mim
A minha absoluta verdade
Meu verdadeiro pensamento
O meu conforto nas horas de sofrimento
não vivo sozinha porque gosto
e sim porque aprendi a ser só..."

Um comentário:

  1. Léa, que lindo esse seu post.

    Sua amizade é muito importante pra mim e é ótimo saber que eu tenho vc do meu lado para o q der e vir. E vc sabe que pode contar comigo sempre, né?

    Amei sua visita e em breve eu chego aí.

    Te amo

    Beijos

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