domingo, 6 de junho de 2010

Desistir


E depois de muito tempo, aqui estou eu novamente.
Até a necessidade e o gosto pela escrita me abandonaram. Nada mais faz sentido há um bom tempo, porém eu só pude me dar conta disso agora.

Antigamente eu pensava em um mundo bonito, num futuro promissor, em cores, sorrisos e sentimentos intensos. Agora eu só quero me desligar de tudo, cair nesse abismo que eu sinto dentro de mim cada vez que eu me deito.

Cansei de pessoas pequenas de alma, que não se importam com o sentimento alheio, que só fazem a te machucar (mesmo que "sem intenção). Eu deveria ter mais amigos, deveria sair mais, aproveitar mais...Mas eu não quero...pelo menos não agora.
Eu não quero mais viver em mundo em que as pessoas só se importam com elas mesmas.

Mentiras, traições, promessas, falsos abraços, falsos sorrisos...isso tudo sempre acaba mal.

Eu acreditei e lutei por algo que não existia. Acho que não tem nada pior do que isso. Depois do choque vem o vazio e você fica uma eternidade tentando reorganizar a bagunça que você se tornou e tentando também colocar tudo de volta no seu devido lugar.
Mas isso é completamente em vão, pois nada mais será o mesmo.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Tempo


Há mais ou menos dois meses atrás eu estava preocupada com uma situação, achando que tinha ferrado tudo com uma má escolha.

"O tempo é o senhor da razão".
Nunca concordei com essa frase, mas hoje ela se fez valer... Estou livre.

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Não me sinto um ser humano, me sinto um trapo humano. Minhas energias acabaram, estou fadada ao desespero, ao nó na garganta, ao choro fortemente contido por vergonha. Sinto nada e tudo ao mesmo tempo. A cabeça não para. Não sei qual será o próximo passo. Às vezes sinto que não tenho sentimentos, às vezes sinto que amo demais. Quero fugir, mas não sei para onde. Uma mudança se faz necessária. Cansei de ser assim.

Meu coração está na minha cabeça e no meu peito tem um buraco. Está tudo errado.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Pai



Hoje meu pai vira e pergunta: "Como foi o primeiro dia de trabalho depois das férias?" Eu respondo: "Um inferno, aquele lugar é infernal, insuportável..."
[Ok, não foi tão horrível assim, eu revi pessoas que eu gosto, algumas que gosto muito, e percebi que a única coisa que torna aquilo suportável são as amizades.]
Ele revida com a maior calma do mundo: "A gente nasceu para ser feliz e temos que buscar a felicidade em todas as coisas que fazemos...A felicidade é consequência dos nossos atos."

Queria pensar assim.....

Admiro muito meu pai, apesar de não falar nada.
Nós quase nunca nos falamos, a maioria das vezes em que eu escuto a sua voz é quando ele lê algum trecho dos livros que ele gosta...(e olha que ele muito, diariamente, antes do jantar, antes de dormir...)

Sinto falta de ter um contato mais próximo, de conversar mais, saber mais...Mas nunca tivemos muitas intimidades. Quando eu era criança eu o via muito pouco, pois ele trabalhava muito e continua trabalhando.

Ele tem 57 anos, vive tendo crises alérgicas, dores nas costas, acorda todos os dias antes das 5 da manhã, trabalha 9 horas por dia, não tem horário de almoço, não tem folga semanalmente, se desdobra entre o trabalho, os cuidados com a esposa doente e etc.
E apesar de tudo isso, eu nunca o ouvi reclamar, uma vírgula sequer, sobre nada... Sei quando ele está mal, quando seu copo está quase transbordando...Quando isso acontece ele fala, fala, fala...e fala sobre tudo, nunca em tom de reclamação.

Se eu fosse apenas 10% do que ele é e do que ele representa para mim, seria com certeza uma pessoa mais feliz.

Estou tentando absorver a sabedoria dele e seguir seus conselhos: "A gente nasceu pra ser feliz...."

Mas às vezes é tão difícil.................

domingo, 14 de março de 2010

Sobre sentimentos



Sempre tive muita dificuldade em me relacionar com as pessoas. Não importa o nível de relacionamento: seja família, namorados, amigos, colegas, etc.
Por mais que sinta um amor, um carinho imenso, não sei demonstrar, e isso acaba me atrapalhando.

Eu amo minha família, isso é incondicional e imutável. Eles sabem disso, eu não preciso dizer e nem demonstrar, todos me conhecem e sabem como eu sou.

Tenho uma dificuldade tremenda para externar minhas emoções...Chorar é um tormento, falar sobre o que me incomoda também. É como se tivesse um nó na garganta, nó esse que é difícil de desatar....

Amei a primeira vez quando tinha 14 anos. Foi um amor estranho, caminhando no fio da navalha, nunca deu certo. Ainda continuo amando esse pessoa, mas nós não nos falamos mais, pois essa pessoa não conseguiu entender que minha forma de amar mudou. Tudo muda nessa vida, até os sentimentos, eles amadurecem, fortalecem, enfraquecem, se tornam opostos..enfim, são as regras do jogo.

Quando eu tinha 18 anos conheci uma pessoa. E que amor foi aquele...foi a coisa mais bonita, profunda, destrutiva e forte que eu já senti. Na minha fantasia inocente e romântica achei que duraria para sempre, ledo engano. Acabou e já era..já foi.
O amor nesse caso mudou também, enfraqueceu e se tornou algo diferente.

Eu sou muito intensa e muito vunerável no que eu sinto. Quando eu gosto é pra valer, não tem meio termo, gostar um pouquinho ou coisa parecida. Se eu digo que gosto, amo ou adoro, não é da boca pra fora, é a verdade mais pura e forte desse mundo.

As amizades são um caso a parte, sempre achei que tinha muitos amigos e depois descobri que era tudo mentira. No hora em que 'o bicho de fato pegou', os verdadeiros amigos se revelaram e os não verdadeiros também.

Posso contar as pessoas que considero como amigas nos dedos de uma mão (é lógico que não conto as pessoas óbvias). Isso é pouco? Pouquíssimo? Pode ser..mas eu estou feliz e extremamente satisfeita com o que tenho.

Tenho uma amiga muito especial na minha vida, ela se chama Michelle. Eu a conheci na época em que os fotologs eram febres da internet...Isso foi em meados de 2004. Desde então nós nunca perdemos o contato, tenho uma caixa enooorme cheia de cartas dela, fora os milhares de e-mails também. Ela sempre esteve "presente" em todos os momentos que eu precisei, digo "presente" pois ela mora em São Paulo, pertinho não?? Mas podem acreditar,só tivemos a oportunidade de nos conhecer mês passado.
Eu adorei/amei conhecê-la pessoalmente. Se minha férias foram ótimas, foi por causa desse visita. Nós temos gostos muito parecidos, livros, escritores, gatos e temos problemas parecidos também...mas isso não vem ao caso!!

Em algumas de nossas cartas nós trocamos poemas, receitas...e foi por meio da Michelle que eu conheci uma poetisa portuguesa chamada Florbela Espanca. Os poemas dela são incríveis, e é por isso que reservei para o final deste imenso post um deles:

"Nunca fui como todos
Nunca tive muitos amigos
Nunca fui favorita
Nunca fui o que meus pais queriam
Nunca tive alguém que amasse
Mas tive somente a mim
A minha absoluta verdade
Meu verdadeiro pensamento
O meu conforto nas horas de sofrimento
não vivo sozinha porque gosto
e sim porque aprendi a ser só..."

sábado, 13 de março de 2010

As efemeridades da vida


Fico besta como as coisas mudam de uma hora para a outra.
Estava tudo bem, depois estava tudo mal....

Estou me sentindo triste, estou com dor de cabeça, estou com impulsos incontroláveis em gastar dinheiro.

Minha mãe disse que queria saber quais são os motivos que me fazem ficar mal. Mas não adianta falar, ela já sabe tudo, decorado, embaralhado e do avesso..Mas mesmo assim não entende. Ela diz que tais motivos não são suficientes. Cada um tem uma forma de lidar com a dor (física e emocional), com as decepções, frustrações, derrotas e vitórias. Não adianta contestar ou tentar entender...É perda de tempo e de energia.

Tenho quase certeza que eu sou uma bela filha da puta que reclama de tudo: casa, família, trabalho, estudos, amigos, amores...Mas acho que no fundo todo mundo é um pouco assim.

"Oh vida...Oh céus..."

E assim segue a canção....

Quase gastei uma fortuna em esmaltes, mas me contive...gastei uma fortuna em livros, dvd's e cd's.
Isso me deixa feliz, preciso fazer coisas que me deixem feliz.
(Talvez eu me arrependa amargamente na hora em que chegar a fatura do cartão, mas dane-se.)

É quase certo que eu abandone a faculdade.
É quase certo que eu me arrependa depois.
Porém é super certo que essa vida de agora eu só vou viver uma vez e tenho que fazer de vez em quando o que me dá na telha.

Consegui baixar meu querido DVD do Annihilator, fiquei animadíssima, vi no computador, na TV de 29', no computador de novo, acho que vou ver muitas, mas muitas vezes ainda, gosto bastante!!

O que me deixa extremamente triste é que dificilmente eu vá vê-los ao vivo....Coisas da vida.

Obs.: Na foto - Annihilator

sexta-feira, 12 de março de 2010

Perdas de Consciência



Quarta-feira o telefone ficou mudo, e consequentemente eu fiquei sem internet. Nem liguei (só um pouquinho), afinal tinha livros para ler, filmes e seriados para assistir.

Assisti um filme chamado "As Horas", não gostei muito, a história às vezes é confusa, tem horas que você sente o coração partir, é dolorido e doloroso de assistir...Bom, isso é apenas a minha opinião.

Na madrugada de quinta-feira fui vítima de uma cruel enxaqueca que não passava por nada nesse mundo. Não achava posição pra ficar, o simples vento do ventilador contra mim já era uma tortura sem tamanho. Já havia tomado analgésicos e nada...Foi então que resolvi tomar um calmante que deixa minha mãe capotada, tipo knouckout. k.o mesmo.
Comigo não aconteceu nada, nem sono, nem lentidão, nem embriaguez...nadinha de nada.
Minha mãe chegou a dizer que eu era um caso raro (novamente).

Foi então que no dia seguinte eu resolvi apelar para outro medicamento. Oh Deus!
O dia de passou em uma sequência de flashes:
Flashes do vai e vem no sol, flashes na loja para comprar uma nova tomadinha de telefone, flashes e desapontamento pois a bendita tomadinha não funcionou, flashes da ligação para a Telefônica solicitando reparo; flashes de louças e vassouras; flashes do almoço; flashes de Kerouac; flashes do sono chegando; flashes de como eu cai feito uma pedra bêbada e drogada na cama; mais de 8 horas deitada; mamãe chamando pra eu levantar, tomar banho e comer; flashes da água morna, do shampoo, do hambúrguer, da televisão, flashes da Bones e do Booth, e finalmente o sono....

Acordei hoje, relativamente cedo, bem e disposta.
(O dia de ontem parece que não existiu, são só flashes, flashes e mais flashes...)
Um gentil técnico veio arrumar o telefone e a internet.
Comecei a baixar meu DVD do Annihilator e fiquei feliz, vou ver Jeff Waters de montão...

Fiquei feliz também pois uma coisa boa aconteceu, não diretamente para mim, fiquei feliz..de uma forma meio mesquinha e vergonhosa, mas fiquei feliz.

Fiquei triste porque odeio a faculdade e minhas férias do trabalho estão chegando ao fim.
Fiquei triste porque faz quase uma semana que a saraiva está buscando os livros que eu pedi com os seus fornecedores.
Fiquei triste porque nada na minha vida dá muito certo.
Fiquei triste porque passei em branco.


Fico feliz e triste num piscar de olhos...

Chorei vendo Bones...estou de TPM.

E minha mãe continua cantando pra mim:

"Quem eu quero não me quer...Quem me quer eu mando embora..."

Quero morrer!

terça-feira, 9 de março de 2010

Fuck Off!




Hoje tudo irritou, deu vontade de chorar, de gritar, surtar e afins.

Hoje mais do que nunca me senti fora do contexto, sobrando, deslocada, sendo um elemento desnecessário.

Não fui feita para estudar, não fui feita para a faculdade, não fui feita para nenhuma ação em grupo, não fui feita para esse mundo.

Penso seriamente em largar essa faculdade cretina que eu tenho 99,9% de certeza de que não vai me levar a lugar nenhum, mudar o rumo das coisas, realizar meu sonhos, meus impulsos e meus devaneios mais íntimos e insanos...Mas será que devo???

Ao mesmo tempo em que minha cabeça está cheia de idéias revolucionárias e instigantes eu sou uma covarde que tem medo das mudanças.
Tenho medo de furar a bolha, quebrar a redoma ou qualquer outro sinônimo que valha.

Não posso me dar ao luxo de ser como Paradise e cair na estrada sem "eira nem beira"...
Queria eu!

Dúvidas, dúvidas, dúvidas.....

Queria mandar tudo para o espaço, apertar o foda-se, desligar a luz, dormir e acordar no mundo que eu sonhei pra mim...
Aquele mundo onde você gosta de mim, onde eu faço o que quero, leio o que gosto, estudo o que me interessa, onde Jeff Waters é meu vizinho e me dá bola! (rs).

As coisas bem que poderiam ser assim.